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História

História

Fotografia

AS PRIMEIRAS FOTOGRAFIAS

No dia 9 de maio de 1816, o francês Joseph Nicéphore Niepce conseguiu, pela primeira vez na história, gravar uma imagem com ajuda de uma caixa de madeira numa folha de papel sensibilizado quimicamente.

Já no século 15, Leonardo da Vinci descreveu o método e os efeitos da câmara escura. Ele havia constatado que, se na janela de um quarto totalmente escuro fosse recortado um pequeno furo, a imagem do que estava do lado de fora da janela seria projetada na parede dentro do quarto. Só que de cabeça para baixo. As proporções, no entanto, seriam perfeitas. Depois disso, vários pintores e desenhistas adotaram esta técnica para reproduzir a realidade, através de caixas de madeira pintadas de preto, as chamadas câmaras escuras. No século 19, as invenções e descobertas relacionadas com a Revolução Industrial possibilitaram que se fixasse, em papel ou em metal, a imagem projetada pela câmara escura. Imagem considerada a mais antiga foto do mundo, de 1825. Niepce, inventor típico de sua época, interessou-se por essa técnica. Depois de muitos anos de frustração, ele conseguiu, finalmente, fixar a imagem, em maio de 1816, com sua Mesa Posta.

 

A Primeira Fotografia

A Primeira Fotografia

"View from the Window at Le Gras", este foi o nome dado para a primeira fotografia da história. A tradução do título faz referência a imagem feita a partir da janela do inventor francês Joseph Nicéphore Niepce em 1826 na cidade de Saint-Loup-de-Varennes, na França. O processo rudimentar usado na época foi considerado como o primeiro a fixar uma imagem.

A Mais Antiga Fotografia Com Pessoas

A Mais Antiga Fotografia Com Pessoas

Esta é a primeira fotografia em que aparecem pessoas. A imagem dos homens aparece quase imperceptível no canto inferior esquerdo e ligeiramente desfocada, devido à longa exposição. Eles ficaram na imagem por se manterem imóveis. Nesta época as fotografias tinham um tempo de exposição muito longo, neste caso cerca de 10 minutos, o que faz com que as ruas pareçam desertas devido ao movimento das pessoas durante a exposição. Imagem feita por Louis Daguerre, o inventor do daguerreótipo em 1838.

Paço da Cidade do Rio de Janeiro

Paço da Cidade do Rio de Janeiro

A fotografia é da autoria de Louis Compte, no ano de 1840, é uma das primeiras fotografias feitas em solo brasileiro. A fotografia retrata o paço da cidade do Rio de Janeiro e deixou o imperador D. Pedro II tão encantado com o resultado, que veio adquirir a sua primeira câmara fotográfica, um daguerreótipo.

Primeira Fotografia Colorida

Primeira Fotografia Colorida

A primeira fotografia colorida da história, tirada porJames Clerk Maxwell em 1861

Agen, França

Agen, França

Uma das mais antigas e conhecidas fotografias a cores. Feita por Louis Ducos du Hauron, é um registro de uma vista da localidade de Agen no sul da França por volta de 1869.

O Galope do Cavalo

O Galope do Cavalo

Em 1878, o fotógrafo britânico, Eadweard Muybridge, foi contratado por Leland Stanford (fundador da Universidade de Stanford) para resolver uma questão, algumas pessoas diziam que o cavalo nunca tinha as quatro patas fora do chão ao mesmo tempo quando galopava, outras diziam que sim, então Muybridge dispôs 12 camaras lado a lado numa pista acionada por fios à medida que o cavalo passava, conseguindo assim criar a primeira série de fotos de alta velocidade e resolver o problema.

Primeiro Raio X

Primeiro Raio X

Em dezembro de 1895 Wilhelm Roentgen fez esta imagem da mão da sua esposa. Trata-se do primeiro raio-X do mundo. E desde então revolucionou o mundo da medicina até os dias atuais.

Primeira Fotografia Digital

Primeira Fotografia Digital

Do ponto de vista técnico esta é a primeira fotografia digital do mundo. A fotografia pertence a Russell Kirsch que trabalhava no Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia dos E.U.A., e digitalizou vários anos antes do aparecimento da camara digital uma fotografia do seu filho. A fotografia tem apenas 176×176 pixels e foi digitalizada em 1957, mais de uma década antes do aparecimento da primeira camara digital.

A Primeira Astrofotografia

A Primeira Astrofotografia

É a primeira astrofotografia da história e foi registada em 1839 pelo químico John W. Draper, professor da Universidade de Nova York. Ele utilizou um telescópio acoplado ao equipamento fotográfico para realizar esta e várias outras fotos da Lua, nosso satélite natural.

Primeira Fotografia Total da Terra

Primeira Fotografia Total da Terra

É a primeira fotografia do disco total do planeta Terra. Foi feita em 1967 pelo satélite ATS-3.

Primeira Guerra Mundial

Primeira Guerra Mundial

Bomba Atômica

Bomba Atômica

Vietnã

Vietnã

Albert Einstein

Albert Einstein

Adolf Hitler

Adolf Hitler

Pelé

Pelé

Dirigível Hindenburg

Dirigível Hindenburg

Astronauta Neil Armstrong

Astronauta Neil Armstrong

Em 20 de julho de 1969, Neil Armstrong se tornou o primeiro humano a pisar na Lua.

Os Pilares da Criação

Os Pilares da Criação

Os Pilares da Criação elevam-se no meio da Via Láctea. A cerca de 6500 anos-luz da Terra. Quando os vimos pela primeira vez, em 1995, captados pelo telescópio espacial Hubble, a força e a beleza dos Pilares da Criação tornaram este lugar imediatamente famoso e o Hubble, no espaço desde 1990, ficou ainda mais conhecido

Átomos

Átomos

Imagem feita durante pesquisa relacionada à física quântica, com microscópio de tunelamento da superfície de um metal (cobre), onde são implantados átomos de ferro, formando uma cerca que prende elétrons dentro dela, e que mostra claramente o caráter ondulatório dos elétrons

Algumas das fotografias mais revolucionárias e significativas da história

Niepce (1765–1833) colocou uma folha de papel sensibilizado quimicamente dentro de uma câmara primitiva apontada para uma mesa posta em seu jardim. Depois de várias horas, ficou gravada no papel uma tênue imagem, considerada hoje a primeira fotografia do mundo. O êxito, entretanto, parece mais ter sido obra do acaso, pois as primeiras fotografias realmente estáveis, que não desapareciam quando expostas à luz, estão separadas umas das outras por muitos meses e até mesmo anos. Também o pintor e cenógrafo Louis Jacques Daguerre (1787–1851) estava tentando fixar as imagens do mundo real em placas de metal polido, usando o mesmo método da câmara escura. Em 1826, ele começou uma sociedade com Niepce, para a troca de informações. Depois que o sócio morreu, em 1833, Daguerre prosseguiu com as pesquisas sozinho, mas abandonou o papel sensibilizado e se dedicou à placa polida de metal.

Por acaso, descobriu o método da fixação da imagem e assumiu a paternidade do processo que chamou de "daguerreotipia". Com o passar do tempo, a câmara escura, suas lentes e as placas foram substituídas pelo filme e o papel fotográfico.

Cinema

OS PRIMEIROS FILMES

No dia 22 de março de 1895, os franceses Auguste e Louis Lumière exibiram para uma pequena plateia o primeiro filme da história, La Sortie de l'usine Lumière à Lyon (A Saída da Fábrica Lumière em Lyon), dando um grande passo para um novo rumo na indústria do entretenimento.

Ao contrário do que muitos pensam, não foram os dois irmãos que criaram o cinematógrafo, na época aparelho responsável pela filmagem e projeção. O inventor do cinématographe foi Léon Bouly, e muitos consideram a sua obra um aperfeiçoamento do trabalho de Thomas Edison. Bouly acabou perdendo a patente de seu produto, sendo mais tarde registrado pelos Lumière, que acabaram ficando com a fama.

 Na primeira metade deste século a fotografia já havia sido inventada por Louis-Jacques Daguerre e Joseph Nicéphore Niepce, possibilitando esta criação revolucionária no mundo das artes e da indústria cultural: o cinema.

Mas antes disso muitos já buscavam meios de projeção de imagens tentando criar a ilusão de movimento. Como os chineses que a milhares de anos já projetavam sombras de figuras recortadas sobre uma parede e que fazia parte do seu teatro de marionetes. No século  XV, Leonardo da Vinci utilizando a projeção da luz em uma superfície, criou a Câmara Escura, que era uma caixa fechada, possuindo um orifício com uma lente em um dos lados, local destinado a passagem da luz. A imagem refletida no interior dessa caixa ficava invertida. Mais adiante, no século XVII, O alemão Athanasius Kirchner criou a Lanterna Mágica, objeto composto de um cilindro iluminado à vela, para projetar imagens desenhadas em uma lâmina de vidro.

A persistência retiniana, fenômeno que mantém uma imagem por uma fração de segundo na retina, foi muito estudado e pesquisado no século XIX. Joseph-Antoine Plateau foi o primeiro a medir o tempo da persistência retiniana, e concluiu que a ilusão de movimento precisava de uma série de 10 imagens fixas por segundo.Plateau, em 1832, criou o Fenacistoscópio, apresentando várias figuras de uma mesma pessoa em posições diferentes desenhadas em um disco, de forma que ao girá-lo, elas passam a formar um movimento.

O francês Charles Émile Reynaud criou o Praxinoscópio. Foi um invento muito importante para o surgimento do cinema. Era um tambor giratório com desenhos colados na sua superfície interior, e no centro deste tambor havia diversos espelhos. Quando se girava o tambor, no centro, onde ficavam os espelhos, via-se os desenhos se unindo criando-se assim a sensação de movimento. O Cinetoscópio, inventado por Thomas A. Edison. Em 1890, Edison projeta diversos filmes de seu estúdio, aos quais encontra-se “Black Maria”, considerado o primeiro filme da história do cinema. É a partir do aperfeiçoamento do Cinetoscópio, que o Cinematógrafo é criado pelos irmãos Louis e Auguste Lumière, na França, em 1895. 

Ao contrário do que muitos pensam, não foram os irmãos Lumière que criaram o cinematógrafo, na época aparelho responsável pela filmagem e projeção. O inventor do cinématographe foi Léon Bouly, e muitos consideram a sua obra um aperfeiçoamento do trabalho de Thomas Edison. Bouly acabou perdendo a patente de seu produto, sendo mais tarde registrado pelos Lumière, que acabaram ficando com a fama. 

Em dezembro de 1896, na primeira exibição pública comercial de um filme, pelos Lumière, um fato curioso aconteceu. A exibição do filme L'Arrivée d'un train à La Ciotat (A chegada do trem na estação)fez com que a plateia saisse correndo da sala de projeção acreditando que o trem sairia da tela. Assim, os Irmãos Lumière popularizaram o invento responsável pela criação daquela que futuramente seria considerada a Sétima Arte: o Cinema.

Os primeiros filmes da história

 Fotografia

 

 A luz, por onde tudo começou

 Para que possamos compreender o fenômeno da fotografia, é necessário conhecer algumas propriedades físicas da luz. A luz é uma forma de energia eletromagnética radiante, à qual nossos olhos são sensíveis. A maneira como a vemos e como a fotografamos é diretamente afetada por duas importantes características da luz: ela viaja em linha reta e a uma velocidade constante. A luz pode ser refletida, absorvida e transmitida. Quando a luz é refletida por um objeto, se propaga em todas as direções.

 O orifício de uma câmara escura, quando diante desse objeto, deixará passar para o interior alguns desses raios que irão se projetar na parede branca. E como cada ponto iluminado do objeto reflete assim os raios de luz, temos então uma projeção da sua imagem, só que de forma invertida e de cabeça para baixo.

 Como cada ponto do objeto corresponde a um disco luminoso, a imagem formada possui pouca nitidez e, a partir do momento em que se substitui à parede branca pelo pergaminho de desenho, esta falta de definição passou a ser um grande problema para os artistas que pretendiam usar a câmara escura na pintura. 

 

 A câmara escura, o princípio da fotografia

 A fotografia não tem um único inventor. Ela é uma síntese de várias observações e inventos em momentos distintos. A primeira descoberta importante para a photographia foi a "câmara obscura". O conhecimento de seus princípios óticos se atribui a Aristóteles, anos antes de Cristo, e seu uso para observação de eclipses e ajuda ao desenho, a Giovanni Baptista Della Porta.Sentado sob uma árvore, Aristóteles observou a imagem do sol, durante um eclipse parcial, projetando-se no solo em forma de meia lua quando seus raios passarem por um pequeno orifício entre as folhas. Observou também que quanto menor fosse o orifício, mais nítida era a imagem.Séculos de ignorância e superstições ocuparam a Europa, sendo os conhecimentos gregos resguardados no oriente. Um erudito árabe, Alhazem, descreveu a câmara escura em princípios do século XI.

 No século XIV já se aconselhava o uso da câmara escura como auxílio ao desenho e à pintura. Leonardo da Vinci fez uma descrição da câmara escura em seu livro de notas, mas não foi publicado até 1797. Giovanni Baptista Della Porta, cientista napolitano, publicou em 1558 uma descrição detalhada da câmara e de seus usos. Esta câmara era um quarto estanque à luz, possuía um orifício de um lado e a parede à sua frente pintada de branco. Quando um objeto era posto diante do orifício, do lado de fora do compartimento, sua imagem era projetada invertida sobre a parede branca.

 Alguns, na tentativa de melhorar a qualidade da imagem projetada, diminuíam o tamanho do orifício, mas a imagem escurecia proporcionalmente, tornando-se quase impossível ao artista identificá-la.

Este problema foi resolvido em 1550 pelo físico milanês Girolamo Cardano, que sugeriu o uso de uma lente biconvexa junto ao orifício, permitindo desse modo aumentá-lo, para se obter uma imagem clara sem perder a nitidez.Isto foi possível graças à capacidade de refração do vidro, que tornava convergentes os raios luminosos refletidos pelo objeto. Assim, a lente fazia com que a cada ponto luminoso do objeto correspondesse um pequeno ponto de imagem, formando-se assim, ponto por ponto da luz refletida do objeto, uma imagem puntiforme.Desse modo, o uso da câmara escura se difundiu entre os artistas e intelectuais da época, que logo perceberam a impossibilidade de se obter nitidamente a imagem, quando os objetos captados pelo visor estivessem a diferentes distâncias da lente. Ou se focalizava o objeto mais próximo, variando a distância da lente / visor (foco), deixando todo o mais distante desfocado, ou vice-versa. Danielo Brabaro, em 1568, no seu livro "A prática da perspectiva" mencionava que variando o diâmetro do orifício, era possível melhorar a nitidez da imagem. Assim, outro aprimoramento na câmara escura apareceu: foi instalado um sistema, junto com a lente, que permitia aumentar e diminuir o orifício. Este foi o primeiro "diaphragma". Quanto mais fechado o orifício, maior era a possibilidade de focalizar dois objetos a distâncias diferentes da lente.

Nesta altura, já tínhamos condições de formar uma imagem satisfatoriamente controlável na câmara escura, mas gravar essa imagem diretamente sobre o papel sem intermédio do artista era a nova meta, só alcançada mais tarde com o desenvolvimento da química. 

 

 A química, em auxílio à fotografia

 Em 1604, o cientista italiano Angelo Sala, observou que certo composto de prata se escurecia quando exposto ao sol. Acreditava-se que o calor era o responsável. Em 1727, o professor de anatomia Johann Schulze, da universidade alemã de Altdorf, notou que um vidro que continha ácido nítrico, prata e gesso se escurecia quando exposto à luz proveniente de uma janela. Por eliminação, ele demonstrou que os cristais de prata halógena, ao receberem luz, e não o calor como se supunha, se transformavam em prata metálica negra. Como suas observações foram acidentais e não tinham utilidade prática na época, Schulze cedeu suas descobertas à Academia Imperial de Nuremberg.

 Em 1802, Sir Humphrey Davy publicou uma descrição do êxito de Thomas Wedgewood na impressão de silhuetas de folhas e vegetais sobre couro. Thomas, o filho mais moço de Josiah Wedgewood, o famosos ceramista inglês, estando familiarizado com o processo de Schulze, obteve essas imagens mediante a ação da luz sobre o couro branco impregnado de nitrato de prata. Mas Wedgewood não conseguiu "fixar" essas imagens, isto é, eliminar o nitrato de prata que não havia sido exposto e transformado em prata metálica, pois apesar de bem lavadas e envernizadas, elas se escureciam quando expostas à luz. A câmara escura também era do conhecimento da família de Wedgewood. Josiah a usava constantemente para desenhar casas de campo e copiar seus desenhos nas suas famosas porcelanas. No entanto, seu filho não chegou a obter imagens impressas com o auxílio da câmara escura devido à sua morte prematura, aos 34 anos.

 Aos 40 anos, Nicéphore Niépce se retirou do exército francês para dedicar-se a inventos técnicos, graças à fortuna que sua família havia feito com a revolução. Nesta época, a litografia era muito popular na França e, como Niépce não tinha habilidade para o desenho, tentou obter através da câmara escura uma imagem permanente sobre o material litográfico de imprensa. Recobriu um papel com cloreto de prata e expôs durante várias horas na câmara escura, obtendo uma fraca imagem parcialmente fixada com ácido nítrico. Como essas imagens eram negativas e Niépce queria imagens positivas que pudessem ser utilizadas como placas de impressão, determinou-se a realizar novas tentativas. Após alguns anos, Niépce recobriu uma placa de metal com betume branco da judéia, que tinha a propriedade de se endurecer quando atingido pela luz. Nas partes não afetadas, o betume era retirado com uma solução de essência de alfazema. Em 1826, expondo uma dessas placas durante aproximadamente 8 horas na sua câmara escura, conseguiu uma imagem do quintal de sua casa. Apesar dessa imagem não ter meios tons e não servir para litografia, todas as autoridades na matéria a consideram a primeira fotografia permanente do mundo. Esse processo foi batizado por Niépce de "HELIOGRAFIA", gravura com a luz solar.

 Foi através dos irmãos Chevalier, famosos ópticos de Paris, que Niépce entrou em contato com outro entusiasta que procurava obter imagens impressionadas quimicamente: Louis Jacques Mandé Daguerre. Este, durante alguns anos, causara sensação em Paris com o seu "Diorama", um espetáculo composto por enormes painéis translúcidos pintados por intermédio da câmara escura, que produziam efeitos visuais (fusão, trimensionalidade) através de iluminação controlada no verso destes painéis.

 Niépce e Daguerre durante algum tempo mantiveram correspondência sobre seus trabalhos. Em 1829 firmaram uma sociedade com o propósito de aperfeiçoar a Heliografia, compartilhando seus conhecimentos secretos.

 Daguerre, ao perceber as grandes limitações do betume da Judéia, decidiu prosseguir sozinho nas pesquisas com a prata halógena. Suas experiências consistiam em expor, na câmara escura, placas de cobre recobertas com prata polida e sensibilizadas sobre o vapor de iodo, formando uma capa de iodeto de prata sensível à luz.

 Dois anos após a morte de Nièpce, Daguerre descobriu que uma imagem quase invisível, latente, podia revelar-se com o vapor de mercúrio, reduzindo-se assim de horas para minutos o tempo de exposição. Conta a história que uma noite Daguerre guardou uma placa sub-exposta dentro de um armário onde havia um termômetro de mercúrio que se quebrara. Ao amanhecer, abrindo o armário, Daguerre constatou que a placa havia adquirido uma imagem de densidade bastante satisfatória, tornara-se visível. Em todas as áreas atingidas pela luz o mercúrio criava um amálgama de grande brilho, formando as áreas claras da imagem.  Após a revelação, agora controlada, Daguerre submetia a placa com a imagem a um banho fixador, para dissolver os halogenetos de prata não revelados, formando as áreas escuras da imagem. Inicialmente foi usado o sal de cozinha, o cloreto de sódio, como elemento fixador, sendo substituído posteriormente por Tiosulfato de sódio (hypo) que garantia maior durabilidade à imagem. Este processo foi batizado com o nome de Daguerreotipia. Através do amigo Arago, que era então membro da câmara e deputados da França, Daguerre, em 1839, na Academia de Ciências e Belas Artes, descreveu minuciosamente seu processo ao mundo em troca de uma pensão estatal. Mas, dias antes, por intermédio de um agente, Daguerre requereu a patente de seu invento na Inglaterra. Rapidamente, os grandes centros urbanos da época ficaram repletos de daguerreótipos, a ponto de vários pintores figurativos, como Dellaroche, exclamarem em desespero: "A pintura morreu". Como sabemos, foi nessa efervescência cultural que foi gerado o impressionismo. Apesar do êxito da daguerreotipia, que se popularizou por mais de vinte anos, sua fragilidade, a dificuldade de se ver a cena devido à reflexão do fundo polido do cobre e a impossibilidade de se fazer várias cópias partindo-se do mesmo original, motivaram novas tentativas com a utilização da fotografia sobre o papel. 

 Hercules Florence - A descoberta isolada da fotografia no Brasil

O francês Hercules Florence, aplicou-se a uma série de invenções durante os 55 anos em que viveu no Brasil até sua morte, na Vila de São Carlos (Campinas).

 Em 1830, diante da necessidade de uma oficina impressora, inventou seu próprio meio de impressão, a POLYGRAPHIE, como ele a chamou. Seguindo a meta de um sistema de reprodução, pesquisou a possibilidade de se reproduzir usando a luz do sol e descobriu um processo fotográfico que chamou de PHOTOGRAPHIE, em 1832, como descreveu em seus diários da época, anos antes de Daguerre. Em 1833, Florence fotografou através da câmara escura com uma chapa de vidro e usou um papel sensibilizado para a impressão por contato. Enfim, totalmente isolado e sem conhecimento do que realizavam seus contemporâneos europeus Niépce, Daguerre e Talbot, obteve resultados fotográficos. 

 Na Inglaterra, um descendente de família nobre, membro do parlamento britânico, escritor e cientista aficionado, WILLIAM HENRY FOX-TALBOT, usava a câmara escura para desenhos em suas viagens. Na intenção de fugir da patente do daguerreótipo em seu país e solucionar suas limitações técnicas, pesquisava uma forma de impressionar quimicamente o papel. Talbot iniciou suas pesquisas fotográficas tentando obter cópias por contato de silhuetas de folhas, plumas, rendas e outros objetos. O papel era mergulhado em nitrato e cloreto de prata e depois de seco fazia seu contato com os objetos, obtendo-se uma silhueta escura. Finalmente, o papel era fixado, de modo imperfeito, com amoníaco, ou com uma solução concentrada de sal. Às vezes, também era usado o idodeto de potássio.

 No ano de 1835, Talbot construiu uma pequena câmara de madeira, com somente 6,30 cm2, que sua esposa chamava de "ratoeira". A câmara foi carregada com papel de cloreto de prata e, de acordo com a objetiva utilizada, era necessária de meia a uma hora de exposição. A imagem negativa era fixada em sal de cozinha e submetida a um contato com outro papel sensível. Desse modo, a cópia apresentava-se positiva, sem a inversão lateral. A mais conhecida nos mostra a janela da biblioteca da abadia de Locock Abbey, considerada a primeira fotografia obtida pelo processo negativo/positivo. As imagens de Talbot eram bastante pobres, devido ao seu reduzido tamanho de 2,5 cm2, se comparadas com a Heliografia de Nièpce, de 20,3 x 60,5 cm, obtida nove anos antes. Sua lentidão, seu tamanho, e sua incapacidade de registrar detalhes não causavam interesse ao público, em comparação aos daguerreótipos. Em 1839, quando chegaram à Inglaterra os rumores do invento de Daguerre, Talbot tinha aprimorado suas pesquisas e precipitadamente publicou seu trabalho e o apresentou à Royal Institution e à Royal Society. Sir Herchel logo concluiu que o Tiossulfato de sódio seria um fixador eficaz e sugeriu os termos: FOTOGRAFIA, NEGATIVO E POSITIVO.

 Um ano depois, o material sensível foi substituído por iodeto de prata, sendo submetido, após a exposição, a uma revelação com ácido gálico. Mas para as cópias continuou a usar o papel de cloreto de prata. O processo, que inicialmente foi batizado de CALOTIPIA, ficou conhecido como TALBOTIPIA e foi patenteado na Inglaterra em 1841. Talbot comprou uma casa em Reading, contratou uma equipe para produzir cópias, fotografou várias paisagens turísticas e comercializava as cópias em quiosques e tendas artísticas em toda a Grã-Bratanha.

 "THE PENCIL OF NATURE", o primeiro livro do mundo ilustrado com fotografias, foi publicado por Talbot em 1844. O livro foi editado em seis grandes volumes com um total de 24 talbotipos originais e continha a explicação detalhada de seus trabalhos, estabelecendo certos padrões de qualidade para a imagem. Como o negativo da talbotipia não era constituído de um papel de boa qualidade como base de sensibilização, na passagem para o positivo se perdiam muitos detalhes devido à fibrosidade do papel. Muitos fotógrafos pensavam em melhorar a qualidade da cópia, utilizando como base o vidro. 

 

 Archer e suas placas úmidas

 A dificuldade em usar o vidro como base do negativo era a de se encontrar algo que contivesse, numa massa uniforme, os sais de prata sensíveis à luz, para que não se dissolvessem durante a revelação.

 Abel Niépce de Saint-Victor, primo de Nicéphore Niépce, descobriu em 1847 que a clara do ovo, ou a albumina, era uma solução adequada no caso de iodeto de prata. Uma placa de vidro era coberta com clara de ovo, sensibilizada com iodeto de potássio, submetida a uma solução ácida de nitrato de prata, revelada com ácido gálico e finalmente fixada no tiossulfato de sódio. O método da albumina proporcionava uma grande precisão de detalhes mas requeria uma exposição de 15 minutos aproximadamente. Sua preparação era bastante complexa e as placas podiam ser guardadas durante 15 dias. O ano de 1851 foi muito significativo para a fotografia. Na França, morreu Daguerre. Na Grã-Bretanha, como fruto da Revolução Industrial, foi organizada a "Grande Exposição", apresentando os últimos modelos produzidos.

 Um invento que em pouco tempo chegou a suplantar todos os métodos existentes foi o processo do COLÓDIO ÚMIDO, de Frederick Scott Archer, publicado no "The Chemist" em seu número de março. Esse obscuro escultor londrino, com grande interesse pela fotografia, não estava satisfeito com a qualidade da imagem, deteriorada pela textura fibrosa dos papéis negativos, e sugeriu uma mistura de algodão de pólvora e éter, chamada colódio, como um meio de unir os sais de prata nas placas de vidro. O processo consistia em:

  • Espalhar cuidadosamente o colódio com iodeto de potássio sobre o vidro, escorrendo até formar uma superfície uniforme.

  • No quarto escuro, com luz alaranjada, a placa era submetida a um banho de nitrato de prata.

  • A placa era exposta na câmara escura ainda úmida, porque a sensibilidade diminuía rapidamente à medida que o colódio secava. O tempo médio de exposição ao sol era de 30 segundos.

  • Antes que o éter, que se evaporava rapidamente, secasse, tornando-se impermeável, revelava-se com ácido pirogálico ou com sulfato ferroso.

  • A fixagem era feita com tiossulfato de sódio ou com cianeto de potássio (venenoso), e finalmente lavava-se bem o negativo.

O colódio, além de muito transparente, permitia uma concentração de sais de prata, fazendo com que as placas fossem 10 vezes mais sensíveis que as de albumina. Seu único inconveniente era a necessidade de sensibilizar, expor e revelar a chapa num curto espaço de tempo. Como Archer não teve interesse em patentear seu processo, morrendo na miséria e quase desconhecido, os fotógrafos ingleses podiam pela primeira vez praticar a fotografia.

 Talbot, acreditando que sua patente cobria o processo colódio, levou ao tribunal um fotógrafo que utilizava a placa úmida em Oxford Street. O juiz pôs em dúvida o direito de Talbot de reclamar da invenção do colódio e os jurados decidiram que esta não infringia sua patente. Então a fotografia estava livre, pois além disso a patente de Daguerre havia expirado em 1853. A fotografia agora tinha condições de crescer em popularidade e a quantidade de aplicações do colódio cresceu durante 30 anos. O número de retratistas aumentou consideravelmente, pessoas de todas as classes sociais desejavam retratos e se estendeu o uso de uma adaptação barata do processo colódio chamada AMBROTIPO. 

 

 As variações do colódio: o ambrótipo e o ferrótipo

 A variante Ambrotipia, elaborada por Archer com a coloração de Peter Wickens Fry, consistia em um positivo direto obtido com a chapa de colódio. Branqueava-se um negativo de colódio sub-exposto, escurecia-se o dorso com um tecido preto ou um verniz escuro, dando assim a impressão de um positivo. Quando um negativo é colocado sobre um fundo escuro com o lado da emulsão para cima, surge uma imagem positiva graças à grande reflexão de luz da prata metálica. Dessa maneira o negativo não podia mais ser copiado, mas representava uma economia de tempo e dinheiro, pois se eliminava as etapas de obtenção da cópia. O nome Ambrótipo foi sugerido por Marcos A. Root, um daguerrotipista da Filadélfia, sendo também usado este nome na Inglaterra. Na Europa era geralmente chamado Melainotipo. Os retratos pequenos, feitos através deste processo, foram muito difundidos nos anos cinqüenta até serem superados pela moda das fotografias tipo "carte-de-visite".

 Outra variação do processo colódio, o chamado Ferrótipo, ou Tintipo, produzia uma fotografia acabada em menos tempo que o Ambrótipo. Há divergências entre autores quanto ao criador do processo; para uns, o Ferrótipo foi elaborado por Adolphe Alexandre Martin, um mestre francês, em 1853. Para outros, foi Hanníbal L. Smith, um professor de química da universidade de Kenyon, quem introduziu o processo. Este processo era constituído por um negativo de chapa úmida de colódio com um fundo escuro para a formação do positivo. Mas, ao invés de usar verniz ou um pano escuro, era utilizada uma folha de metal esmaltada de preto ou marrom escuro, como suporte do colódio. O baixo custo era devido aos materiais empregados e sua rapidez decorria das novas soluções de processamento químico.

 O Ferrótipo desfrutou de grande popularidade entre os fotógrafos nos Estados Unidos a partir de 1860, quando começaram a aparecer os especialistas fazendo fotos de crianças em praças públicas, famílias em piqueniques e recém casados em porta de igrejas.

 O inconveniente de todos os processos por colódio era a utilização obrigatória de placas ainda úmidas. Idealizou-se várias maneiras de conservar o colódio em estado pegajoso e sensível durante dias e semanas, de forma que toda manipulação química pudesse ser realizada no laboratório do fotógrafo em sua casa, mas logo apareceu um processo "seco" que substituiu rapidamente o colódio: a gelatina.

 

 Maddox e sua emulsão gelatina e brometo de prata

 Em setembro de 1871, um médico e microscopista Inglês, Richard Lear Maddox, publicou no British Journal of Photography suas experiências com uma emulsão de gelatina e brometo de prata como substituto para o colódio. O resultado era uma chapa 180 vezes mais lenta que o processo úmido, mas com o novo processo aperfeiçoado e acelerado por John Burgess, Richard Kennett e Charles Benett, a placa seca de gelatina estabelecia a era moderna do material fotográfico fabricado comercialmente, liberando o fotógrafo da necessidade de preparar as suas placas. Rapidamente várias firmas passaram a fabricar placas de gelatina seca em quantidades industriais.

 Burgess comercializou a emulsão de brometo de prata e gelatina engarrafada, mas os resultados não foram satisfatórios devido à presença de sub-produtos tais como nitrato de potássio. Em 1873, Kennett vendia emulsões secas e placas preparadas com bastante sensibilidade à luz. Em 1878, Bennett publicou que conservando a emulsão a 32oC de quatro a sete dias, se produzia uma "maturação" que aumentava a sensibilidade. Fabricantes britânicos como a Wratten & Wainwrigth e The Liverpool Dry Plate Co., em 1880, monopolizaram a fabricação de placas secas. Logo fábricas em todos os países passaram a imitá-los, até que em 1883 quase nenhum fotógrafo usava o material colódio.

 

A Fotografia Digital

 A evolução tecnológica decorrente dos avanços obtidos principalmente na área de engenharia eletrônica nos últimos anos, trouxe entre outras maravilhas tecnológicas, a fotografia digital. Uma câmera fotográfica digital capta a luz da cena por meio de células foto-sensíveis chamadas CMos ou CCDs. Esta informação captada analogicamente  é digitalizada e armazenada por meio eletrônico em cartões de memória feitos de silício. Posteriormente pode-se transferir as fotos para um computador  ou imprimi-las diretamente (tendo uma impressora adequada).

 

 

 

 

 

 Cinema

 

 Estabelecer marcos históricos é sempre perigoso e arbitrário, particularmente, no campo das artes. Inúmeros fatores concorrem para o estabelecimento de determinada técnica, seu emprego, práticas associadas e impacto numa ordem cultural. Aqui serão apresentados alguns, no intuito de melhor conhecer esta complexa manifestação estética a qual muitos chamam de a 7ª Arte. De fato, a data de 28 de Dezembro de 1895, é especial no que refere ao cinema, e sua história. Neste dia, no Salão Grand Café, em Paris, os Irmãos Lumière fizeram uma apresentação pública dos produtos de seu invento ao qual chamaram Cinematógrafo. O evento causou comoção nos 30 e poucos presentes, a notícia se alastrou e, em pouco tempo, este fazer artístico conquistaria o mundo e faria nascer uma indústria multibilionária. O filme exibido foi L’Arrivée d’un Train à La Ciotat.

 Hoje em dia, o cinema baseia-se em projeções públicas de imagens animadas. O cinema nasceu de várias inovações que vão desde o domínio fotográfico até a síntese do movimento utilizando a persistência da visão com a invenção de jogos ópticos. Dentre os jogos óticos inventados vale a pena destacar o thaumatrópio (inventado entre 1820 e 1825 por William Fitton), fenacistoscópio (inventado em 1829 por Joseph-Antoine Ferdinand Plateau), zootropo (em 1834 por Will George Horner) e praxinoscópio (em [[1877]. Em 1888, Émilie Reynaud melhorou sua invenção e começou projetar imagens no Musée Grévin durante 10 anos.

Em 1876, Eadweard Muybridge fez uma experiência: primeiro colocou 12 e depois 24 câmeras fotográficas ao longo de um hipódromo e tirou várias fotos da passagem de um cavalo. Ele obteve assim a decomposição do movimento em várias fotografias e através de um zoopraxiscópio pode recompor o movimento. Em 1882, Étienne-Jules Marley melhorou o aparelho de Muybridge. Em 1888, Louis Aimée Augustin Le Prince filmou uma cena de cerca de 2 segundos mas a fragilidade do papel utilizado fez com que a projeção ficasse inadequada.

William Kennedy Laurie Dickson, chefe engenheiro da Edison Laboratories, inventou uma tira de celuloide contendo uma sequência de imagens que seria a base para fotografia e projeção de imagens em movimento. Em 1891, Thomas Edison inventou o cinematógrafo e posteriormente o cinetoscópio. O último era uma caixa movida a eletricidade que continha a película inventada por Dickson mas com funções limitadas. O cinetoscópio não projetava o filme.

 Baseado na invenção de Edison, Auguste e Louis Lumière inventaram o cinematógrafo, um aparelho portátil que consistia num aparelho três em um (máquina de filmar, de revelar e projetar). Em 1895, o pai dos irmãos Lumière, Antoine, organizou uma exibição pública paga de filmes no dia 28 de dezembro no Salão do Grand Café de Paris. A exposição foi um sucesso. Este dia, data da primeira projeção pública paga, é comumente conhecida como o nascimento do cinema mesmo que os irmãos Lumière não tenham reivindicado para si a invenção de tal feito. Porém, as histórias americanas atribuem um maior peso a Thomas Edison pela invenção do cinema, quando na verdade o que ele fez foi pegar pequenos vídeos e exibi-los em maquinas caça-níquel, e para não perder tal fonte lucrativa sempre foi contra a exibição dos filmes em grandes salas. Os irmãos Lumière enviaram ao mundo, a fim de apresentar pequenos filmes, os primeiros registros como um início do cinema amador. “Sortie de l’usine Lumière à Lyon” (ou "Empregados deixando a Fábrica Lumière") é tido como o primeiro audiovisual exibido na história, sendo dirigido e produzido por Louis Lumière. Do mesmo ano, ainda dos irmãos Lumière o filme “”The Sprinkler Sprinkled”, uma pequena comédia. Menos de 6 meses depois, Edison projetaria seu primeiro filme, "Vitascope".

 Quando o cinema chegou no Brasil

 A primeira exibição de cinema no Brasil aconteceu em 8 de julho de 1896, no Rio de Janeiro, por iniciativa do exibidor itinerante belga Henri Paillie. Naquela noite, numa sala alugada do Jornal do Commercio, na Rua do Ouvidor, foram projetados oito filmetes de cerca de um minuto cada, com interrupções entre eles e retratando apenas cenas pitorescas do cotidiano de cidades da Europa. Só a elite carioca participou deste fato histórico para o Brasil, pois os ingressos não eram baratos. Um ano depois já existia no Rio uma sala fixa de cinema, o "Salão de Novidades Paris", de Paschoal Segreto.

 

 Cinema mudo

 Desde o início, inventores e produtores tentaram casar a imagem com um som sincronizado. Mas nenhuma técnica deu certo até a década de 20. Assim sendo, durante 30 anos os filmes eram praticamente silenciosos sendo acompanhados muitas vezes de música ao vivo, outras vezes de efeitos especiais e narração e diálogos escritos presentes entre cenas. Tendo destaque para Charles Chaplin, considerado uma das figuras mais importantes no cinema mudo.

 

 Desenvolvimento e Negócio

 O ilusionista francês, Georges Méliès começou a exibir filmes em 1896, quando ganhou uma "filmadora". Ele foi pioneiro em alguns efeitos especiais. Seu filme “Le Voyage dans la Lune” (ou "Viagem à Lua") de apenas 14 minutos foi provavelmente o primeiro a tratar sobre o assunto de alienígenas.

Edwin S. Porter que se tornou cameraman de Thomas Edison usou pela primeira vez a técnica de edição de imagens. Em seu filme "Life of an American Fireman" de 1903 é possível ver duas imagens diferentes mas que ocorreram simultâneamente, a visão de uma mulher sendo resgatada por um bombeiro e a mesma cena com a visão do bombeiro resgatando a mulher. Em "The Great Train Robbery" (1903), um dos primeiros westerns do cinema, o grande legado foi o "cross-cutting" com imagens simultâneas em diferentes lugares. Mas o mais importante em Porter, foi que o final do filme "The Great Train Robbery" teve que ser mudado, por motivos morais e éticos, visto que originalmente os bandidos se saiam bem no final, o que passava uma ideia de impunidade ao povo, se mostrava a partir dai, um cinema "educador".

O desenvolvimento de filmes fez crescer os nickelodeons, pequenos lugares de exibição de filmes onde se pagava o ingresso de 1 níquel, no qual se juntavam uma grande quantidade de pessoas, chamando a atenção da elite para o poder de influencia daquelas exibições. Os filmes também começaram a crescer em duração. Antes um filme durava de 10 a 15 minutos. Em 1906, o filme australiano "The Story of the Kelly Gang" tinha 70 minutos sendo lembrado até hoje como o primeiro longa metragem da história do cinema. Depois do filme australiano, a Europa começou a produzir filmes até mais longos: "Queen Elizabeth" (filme francês de 1912, "Quo Vadis?" (filme italiano de 1913) e "Cabiria" (filme italiano de 1914), este último com 123 minutos de duração.

 Em janeiro de 1914 foi exibido “Photo-Drama of Creation”, um filme com mais de 8 horas de duração apresentado e narrado por Charles Taze Russell, fundador do movimento religioso dos Estudantes da Biblia e da Sociedade Torre de Vigia. O Fotodrama consistia de um conjunto de slides com pinturas coloridas descrevendo o relato criativo bíblico desde a criação do Universo aos dias atuais, se prolongando pelos 1.000 anos futuros do reino de Jesus, segundo as crenças de Russell. Foi o primeiro filme a incluir som sincronizado e imagens coloridas.

Pelo lado americano, o diretor D. W. Griffith conseguia destaque. Seu filme, “The Birth of a Nation” (ou "O Nascimento de uma nação") de 1915, foi considerado um dos filmes mais populares da época do cinema mudo, causou polêmica porque foi mal-interpretado, onde um simples retrato da sociedade americana foi considerado uma glorificação da escravatura, segregação racial e promoção do aparecimento da Ku Klux Klan e Intolerance (1916) já "Intolerance: Love's Struggle Throughout the Ages" (ou "Intolerância") é considerado uma das grandes obras do cinema mudo, apesar da grande massa não ter entendido a proposta de quatro historias simultâneas, achando o filme muito confuso.

Em 1907, os irmãos Lafitte criaram os filmes de arte na França com a intenção de levar as classes mais altas ao cinema já que estes pensavam ser o cinema para classes menos educadas.

 

 Hollywood

 Até esta época, Itália e França tinham o cinema mais popular e poderoso do mundo mas com a Primeira Guerra Mundial, a indústria europeia de cinema foi arrasada. Os EUA começaram a destacar-se no mundo do cinema fazendo e importando diversos filmes. Thomas Edison tentou tomar o controle dos direitos sobre a exploração do cinematógrafo. Alguns produtores independentes emigraram de Nova York à costa oeste em pequeno povoado chamado Hollywoodland, graças a Griffith, que já o sugeria. Lá encontraram condições ideais para rodar: dias ensolarados quase todo ano, diferentes paisagens que puderam servir como locações e quase todos as etnias como, negros, brancos, latinos, indianos, índios orientais e etc, um "banquete" de coadjuvantes. Assim nasceu a chamada "Meca do Cinema", e Hollywood se transformou no mais importante centro da indústria cinematográfica do planeta.

 Nesta época foram fundados os mais importantes estúdios de cinema (Fox, Universal, Paramount) controlados por judeus (Daryl Zanuck, Samuel Bronston, Samuel Goldwyn, etc.) que viam o cinema como um negócio. Lutaram entre si e às vezes para competir melhor, juntaram empresas assim nasceu a 20th Century Fox (da antiga Fox) e Metro Goldwyn Meyer (união dos estúdios de Samuel Goldwyn com Louis Meyer). Os estúdios encontraram diretores e atores e com isso nasceu o "star system", sistema de promoção de estrelas e com isso, de ideologias e pensamentos de Hollywood.

 Começaram a se destacar nesta época comédias de Charlie Chaplin e Buster Keaton, aventuras de Douglas Fairbanks e romances de Clara Bow. Foi o próprio Charles Chaplin e Douglas Fairbanks junto a Mary Pickford e David Wark Griffith que acabaram criando a United Artist com o motivo de desafiar o poder dos grandes estúdios.

 

 O cinema no mundo

 Em alternativa a Hollywood existiam vários outros lugares que investiam no cinema de arte e contribuiam para seu desenvolvimento.

Na França, os cineastas entre 1919 e 1929 começaram um estilo chamado de Cinema Impressionista Francês ou cinema de vanguarda (avant garde em francês). Se destacaram nesta época o cineasta Abel Gance com seu filme épico "Napoleon" e "J’Accuse" e Jean Epstein com seu filme "A queda da casa de Usher" de 1929, ainda se destaca Germaine Dulac de "La Souriante Madame Beudet". Ainda temos nesse movimento "A Moça da Água", de Jean Renoir, que mais tarde ajudaria a construir outra escola de cinema: Realismo Poético Francês.

 Na Alemanha surgiu o expressionismo alemão donde se destacam os filmes “Das Cabinet des Dr. Caligari” ("O gabinete do doutor Caligari") de 1920 do diretor Robert Wiene, “Nosferatu”, “Phantom” ambos de 1922 e do diretor Friedrich Wilhelm Murnau e Metrópolis de Fritz Lang de 1927. Outros filmes de destaque são: "O Gabinete das Figuras de Cera" e "A Última Gargalhada".

Na Espanha surgiu o cinema surrealista donde se destacou o diretor Luis Buñuel. "Un Perro andaluz" (ou "Um Cão Andaluz" em português) de 1928 foi o filme que mais representou o cinema surrealista de Buñuel. Destaca-se ainda: "A Idade do Ouro".

 Na Rússia se destacou o cineasta Serguei Eisenstein que criou uma nova técnica de montagem, chamada montagem intelectual ou dialéctica. Seu filme de maior destaque foi “O Couraçado Potemkin” ("O Encouraçado Potemkin") de 1925. Já Dziga Vertov, de "O Homem com a Câmera" se propôs a um documentário sofisticado, chamado "Cine-Olho". Outros filmes de arte russos de destaque são: "Aelita" e "Terra".

 O dinamarquês Carl Theodor Dreyer, roda "Le Passion de Jeanne D'arc", um filme mudo de 1928 com a atriz Maria Falconetti no papel de Joana. Considerado por alguns um dos melhores filmes de todos os tempos. O filme dá valor à expressão facial. Foi filmado na França.

Infelizmente, cerca de 90% dos filmes mudos se perderam, por falta de cuidado ou de boa conservação.

De fato, a maioria dos filmes mudos foi derretida a fim de recuperarem o nitrato de prata, um componente caro.

 

 A era do som

 Até então já haviam sido feitos experimentos com som mas com problemas de sincronização e amplificação. Em 1926, a Warner Brothers introduziu o sistema de som Vitaphone (gravação de som sobre um disco) até que em 1927, a Warner lançou o filme "The Jazz Singer", um musical que pela primeira vez na história do cinema tinha alguns diálogos e cantorias sincronizados aliados a partes totalmente sem som; então em 1928 o filme "The Lights of New York" ,(também da Warner), se tornaria o primeiro filme com som totalmente sincronizado. O som gravado no disco do sistema Vitaphone foi logo sendo substituído por outro sistema como o Movietone da Fox, DeForest Phonofilm e Photophone da RCA com sistema de som no próprio filme. O Beijo, lançado em 1929 e protagonizado pela atriz sueca Greta Garbo, foi o último filme mudo da MGM e o último da história de Hollywood, com exceção de duas jóias raras de Chaplin: Luzes da Cidade e Tempos Modernos.

 No final de 1929, o cinema de Hollywood já era quase totalmente falado. No resto do mundo, por razões económicas, a transição do mudo para o falado foi feito mais lentamente. Neste mesmo ano já lançado grandes filmes falados como "Blackmail" de Alfred Hitchcock (o primeiro filme inglês falado), "Applause" do diretor Rouben Mamoulian (um musical em preto e branco) e "Chinatown Nights" de William Wellman (mesmo diretor de "Uma estrela nasce" de 1937). Foi também no ano de 1929 criado o prêmio Oscar ou Prêmios da Academia que serve até os dias atuais como premiação aos melhores do cinema.

 

 Criatividade

 O uso do som fez com que o cinema se diversificasse mais em termos de gêneros. Dessa nova tecnologia nascia o musical e também algumas comédias. E do casamento dos dois surgia a comédia musical.

 

 Anos 30

 Filmes históricos ou bíblicos na maioria das vezes caminharam de mãos dadas. Dentre os que misturavam este dois gêneros se destacaram "Os dez mandamentos" (versão original de 1923), "Rei dos Reis" de 1932 e Cleópatra de 1934.

 Filmes de gangsters se tornaram populares como por exemplo "Little Caesar" e "The Public Enemy" ambos de 1931. Este tipo de filme foi fortemente influenciado pelo Expressionismo Europeu. Talvez o ator que mais se destacou neste gênero foi Humphrey Bogart.

 O gênero ficção cinetífica já existente desde o cinema mudo foi se desenvolvendo cada vez mais com a produção de clásicos como "Drácula" (com Bela Lugosi) de 1931 e "Frankenstein" (com Boris Karloff) do mesmo ano.

 O duplo sentido com conotações sexuais de Mae West em "She Done Him Wrong" de 1933. A comédia anarquica sem sentido dos Irmãos Marx.

Em 1939 os maiores êxitos do cinema foram “O Maravilhoso Mágico de Oz” e o “Gone with the Wind” (pt: "E tudo o vento levou"; br: "E o vento levou").

 Na Itália foi criada a Cinecittà por ordem de Mussolini em 1937. Na América Latina se destacaram o mexicano Cantinas e a luso-brasileira Carmem Miranda. Carmem Miranda estreou no filme "Alô, Alô Carnaval" de 1936 mas conseguiria sucesso internacional na década seguinte atuando em Hollywood.

 

 Anos 40

 A Segunda Guerra Mundial fez com que a Inglaterra e Estados Unidos produzissem vários filmes com apelo patriota e que serviram de propaganda de guerra. Havia também já no final da guerra filmes antinazistas. Dentre os filmes que retrataram a época da guerra se destacou o popular “Casablanca” de 1943 com o ator Humphrey Bogart.

 No começo da década, o diretor Orson Welles lançou o filme “Citizen Kane” (em Portugal, "O Mundo a seus Pés"; no Brasil, "Cidadão Kane") com inovações como ângulos de filmagem e narrativa não linear. Em 1946, o diretor Frank Capra lançou o filme "It's a wonderful life". Ambos os filmes estão classificados entre os melhores de todos os tempos.

 No ano de 1947, o Comitê de Segurança dos Estados Unidos fez a primeira lista negra de Hollywood acusando 10 diretores e escritores de promover propaganda comunista. Os filmes "Mission to Moscow" e "Song of Russia" foram considerados propaganda pró-soviética.

 Na Itália nascia o Neorrealismo como reação ao cinema fascista do regime de Mussolini, e buscava a máxima naturalidade, com atores não profissionais, iluminação natural e com uma forte crítica social. Se considera inaugurado o gênero com "Roma, cidade aberta" (de 1945), ainda que se considera como seu maior representante "Ladrão de bicicletas" de Vittorio de Sica.

 

 Anos 50

 O Comitê de Segurança amplia a lista negra incluindo diretores, atores e escritores incluindo até mesmo Charlie Chaplin. O início da década de 50 marcou para a chanchada brasileira uma enorme reviravolta. Embora a Atlântida tenha se consagrado na década anterior como uma das mais fortes indústrias cinematográficas do país, ainda assim as produções eram um tanto desleixadas. Os estúdios estavam mal acomodados, os equipamentos sem a manutenção necessária e os atores recebiam quantias ínfimas pelo árduo trabalho de interpretar em condições precárias. No fim da década 40, mais precisamente no ano 47, o sucesso das chanchadas trouxeram para a Atlântida uma série de novos investidores, interessados principalmente em participar dos lucros da empresa, então ainda sob a administração dos irmãos Burle e Moacyr Fenelon. Entra em cena nesta altura um personagem que será fundamental na consolidação das produções da Atlântida na década de 50: Luís Severiano Ribeiro Jr.. Severiano entrou juntamente com vários outros empresários nos investimentos em produções, que a ele principalmente interessavam por seu domínio em pelo menos 40% das salas de exibição no Brasil. Assim, ele poderia participar dos lucros de uma forma muito maior. A grande surpresa veio ainda em 1947, quando noticiaram que Severiano havia comprado uma grande quantia de ações da Atlântida, tornando-se acionista majoritário e, consequentemente, dono da companhia.

 Os filmes 3-D porém duraram pouco tempo, de 1952 até 1954 dentre os quais se destacou o filme "House of Wax" de 1953. O cineasta Akira Kurosawa projeta mundialmente o cinema japonês com os filmes "Rashomon" e "Shichinin no Samurai", lá também se destaca Kenji Mizoguchi ("Ugetsu monogatari") e Yasujiro Ozu ("Tokyo monogatari "). No final da década de 1950 surgia na França o movimento Nouvelle Vague no qual se destacaram Claude Chabrol, Jean-Luc Godard ("O Acossado") e François Truffaut ("Os Incompreendidos"). Marilyn Monroe se destaca como atriz e símbolo sexual feminino nas obras de Billy Wilder em "The Seven Year Itch", de 1955 e "Some Like it Hot", de 1959.

 O cinema da Índia era produzido em grande escala mas no ano de 1955 pela primeira vez ganhou reconhecimento internacional com o filme "Pather Panchali" (ou "A canção do caminho").

 O cineasta sueco Ingmar Bergman ganha projeção internacional como um dos maiores cineastas de todos os tempos com as obras-primas "Det Sjunde Inseglet" e "Smultronstället", ambas do ano de 1957.

Alfred Htichcock lança "Vertigo", considerado um dos maiores êxitos do cinema.

 

 Anos 60

 Nos anos 60 o sistema Hollywood começou a entrar em declínio. Muitas produções passaram a ser feitas em Pinewood Studios na Inglaterra e Cinecittà na Itália ficando fora de Hollywood. “Mary Poppins” de 1964 da Walt Disney Productions, “My Fair Lady” também de 64 e “The Sound of Music” (br: A noviça rebelde — pt: Música no coração) de 1965 estão entre os filmes mais rentáveis da década.

 Iniciado pelo diretor John Cassavetes, o cinema americano passou a tomar novos rumos com a produção independente com orçamento reduzido. Na França o destaque ficou para “Jules e Jim” de 1962 (br: "Uma mulher para dois" de François Truffaut). Na Itália foi o filme "La dolce Vita" de Federico Fellini de 1960. Na Inglaterra o destaque ficou para o início da série de filmes de 007 com o filme "Dr.No" em 1962. Na América Latina o maior destaque ficou por conta da Argentina e do diretor Fernando Solanas.

História da Fotografia & Cinema

Fonte: Wikipédia e Kodak

O Cinema no Brasil

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